História da Moda
Diversidade, liberdade e convivência pacífica entre estilos. A moda dos anos 90 soube assimilar e se apoderar das heranças de décadas passadas para lançar tendências que permanecem até os dias de hoje. Conviveram em harmonia os exageros de cores, estampas e brilhos, o decorativismo, o minimalismo, a estética perua do animal print, o grunge, o new hippie e o gótico.
A década de 90 ficou marcada pelo início da globalização, da era da informação de massa. Os movimentos culturais e comportamentais foram os grandes motores da criatividade e da diversidade de estilos.
É nesse contexto de liberdade e de atitude sem preconceitos que a moda floresce. É o começo da personalização do estilo, da força das marcas e da exposição da imagem. O visual de celebridades e top models são reverenciados e copiados. As grifes internacionais se reinventam como símbolos de status e oferecem acesso ao mundo glamourizado das revistas e do showbizz.
Enquanto as top models saem das capas das revistas e das campanhas publicitárias de moda e ganham status de celebridade, atrizes e cantoras se tornam “embaixadoras” de grandes marcas de roupas e acessórios. Impossível desassociar Sarah “Carrie Bradshaw” Parker da sua coleção de Manolo Blahnicks, Christian Louboutins e Jimmy Choos, em Sexy and the City. E o icônico sutiã Cone Bra desenhado por Jean Paul Gaultier para Madonna na turnê Ambition Tour? Isso tudo antes do poder das mídias sociais, quando todos lutavam para ganhar fama em um mundo de informações fragmentadas.
Nas passarelas essas vertentes criativas e o estilo dos ícones midiáticos se materializavam. A década foi tão marcante e multi que ganha revival a cada nova temporada. Ressurge com novos conceitos visuais mas nunca perde a essência original. Decote ombro a ombro, babados, saias mídi plissadas, lápis ou franzidas, animal print (especialmente o leopardo), gargantilhas e brincos de argola, são algumas tendências com presença obrigatória hoje e sempre. Veja a nossa seleção de ícones danos 90 e algumas ideias para se inspirar.
Calça curta (cintura alta, tornozelos à mostra, largas)
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Christy Turlington, anos 90
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Calçados (salto plataforma, tratorado, anabela, sandálias Bierkenstock)
Calças e jardineiras jeans (lavagem clara, decorados, detonados, cintura alta, estilo mom, skinny, boyish, flare, oversized)
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Drew Barrymore, anos 90
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Drew Barrymore, anos 90
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Vestidos (longo, curto, fluído, estampas com fundo escuro, sobreposições com camisetas, slipdress)
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Alicia Silverstone, anos 90
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Top cropped (ajustado e menos curto, sempre com cintura alta) e pochete (mimos grifados)
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Kate Moss, anos 90
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Sarah Jessica Parker, anos 90
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Xadrez do Grunge (camisas e coturnos) e das saias College (godê ou plissada)
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Jennifer Aniston, anos 90
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Claire Danes, anos 90
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Vintage
Para começar, fiz o que todo mundo faz: “dei um Google” para ver o que viria logo de cara e achei uma definição bem honesta no Wikipédia, que diz o seguinte: “vintage é um termo antigo português que se refere ao conhecido Vinho Do Porto. Atualmente os EUA querem comprar esse termo.” Achei curiosa essa informação, como assim alguém compra um termo? E daí eles vão comprar o termo e o que isso significa? Ninguém mais vai poder usar a palavra vintage? Vamos ter de pagar royalties? Achei bizarro, se é que essa história é mesmo verdadeira.
Continuando, o nosso amigo Wikipédia também diz: “entretanto, ao longo dos anos, a palavra se incorporou ao vocabulário da moda para melhor definir uma peça de roupa ou acessório de um estilo pertencente a uma outra época. O vintage é qualquer peça que tenha pelo menos 20 anos e menos de 100 anos, pois, a partir de 100 anos a peça já é considerada antiguidade”.
E é importante também saber o que é Retrô, que segundo a mesma fonte “é considerado uma imitação de estilo antigo, só que a peça é nova. Todas as peças novas que imitem alguma Era anterior é uma peça retrô. Isso em qualquer setor, desde a moda até os utilitários”.
Então, no caso da moda, podemos dizer que absolutamente todas as roupas e acessórios produzidos de 1995 até hoje são considerados vintage? Não, não é bem assim!
Para uma peça ser vintage e cumprir a função de trazer a atmosfera de outra época para o seu look com personalidade e beleza, essa roupa ou acessório precisa, além dos tais 20 anos de idade, ter um estilo próprio ou o de um designer. Além disso, não deve ter passado por nenhuma transformação e ainda representar um momento da moda de sua época. E, claro, estar em bom estado de conservação.
E, para minha surpresa, dos três dicionários de moda que tenho em casa, dois não tinham o termo porque são muito antigos. Então, aí vai o que encontrei: “inicialmente usado para designar o ano ou a safra de vinhos, o termo começou a ser empregado na moda nos anos 1980 para roupas e acessórios marcantes de outras épocas utilizados no repertório atual”. Do livro 9, da Coleção Manequim, Guia Completo da Costura – Dicionário de Roupas e Acessórios (Ed. Abril). Eu fiz o projeto editorial dessa coleção, quando trabalhei como Diretora de Redação da revista Manequim, e garanto que foi feito com o maior cuidado e carinho.
Para você que ama vintage e para quem está começando agora a enveredar pelo caminho das roupas de outras épocas, cheias de histórias para contar, confira a seleção de alguns itens que tenho orgulho de ter garimpado e que estão disponíveis na Youtopia.